O presidente da AICEP revelou hoje que apenas 80 empresas dos Açores exportam os seus produtos, o que representa 0,3% das empresas existentes, manifestado a sua disponibilidade para inverter este cenário com os agentes da região.
“As exportações de bens e serviços dos Açores representam cerca de 0,25% do valor total português. Não há volta a dar, temos que mudar este panorama”, referiu Miguel Frasquilho, no âmbito do ‘roadshow’ Portugal Global, realizado em Ponta Delgada, numa iniciativa da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
O presidente da AICEP quer inverter estes números, tendo nesse contexto afirmado que o organismo está “totalmente disponível” para colaborar na concretização desta meta com os parceiros regionais, designadamente a Sociedade de Desenvolvimento dos Açores (SDEA), executivo açoriano e câmaras municipais, a par da academia açoriana e a sociedade açoriana.
“Nós temos que remar todos para o mesmo lado, porque as potencialidades de internacionalização desta maravilhosa região açoriana são extraordinárias”, considera o responsável pela AICEP, que pretende que, desta forma, tanto o tecido empresarial como a população possa retirar benefícios desse processo.
Miguel Frasquilho está convicto que o nível de vida da população açoriana pode beneficiar de uma “evolução mais rápida” da sua qualidade de vida por via do aumento das exportações.
No âmbito da sua intervenção, o presidente da AICEP reconheceu que tem sido feito um esforço no sentido de potenciar as exportações açorianas, mas salvaguarda que este “pode ser melhorado”.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que também participou neste evento da AICEP, declarou que os Açores possuem um conjunto de fatores que considerou “muito inspiradores” numa alusão à economia do mar, onde as potencialidades são “extraordinárias”.
Luís Campos Ferreira identificou ainda como potencialidades o turismo, setor onde considera que se está a desenvolver um “bom esforço”, com o número de passageiros nos Açores a aumentar substancialmente, na ordem dos 30 por cento, de acordo com dados relativos a abril, havendo ainda uma “enorme margem de progressão”.
Também no setor energético, a região revela particularidades que a distingue de outras regiões, a par da cultura do chá (única em toda a Europa), como outras indústrias tradicionais, da carne bovina IGP e leite e três regiões vitivinícolas demarcadas, bem como do queijo, a par da excelência do ananás e do maracujá, segundo o governante.
“Há aqui em todos os setores da economia um potencial instalado que nos dá uma enorme esperança no futuro e campo para podermos trabalhar e desenvolver”, declarou Luís Campos Ferreira.
O embaixador do Canadá em Portugal, que participou também no ‘roadshow’ da AICEP, deixou a mensagem de que “agora é o momento” do tecido empresarial se preparar para aproveitar as potencialidades económicas que se irão gerar com a entrada em vigor do novo tratado comercial que vai vigorar entre o seu país e a UE.
Raul Travado, representante da AICEP no Canadá, considerou que chegou a hora dos Açores aproveitarem as vantagens do tratado comercial para exportarem produtos agroalimentares, muito embora tenha revelado que no que concerne a potenciais exportações da carne de bovino não há para já autorização para que esta pretensão se materialize face à imposição de quotas.
Este ‘roadshow’ da AICEP em Ponta Delgada foi vocacionado para o Canadá, atendendo ao fato dos Açores já possuírem naquele mercado alguma presença económica derivada da considerável comunidade emigrante de origem do arquipélago, o que se considera que constituiu uma porta para um mercado mais vasto como o canadiano.
Fonte: Açoriano Oriental
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