sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Potenciar a biotecnologia marinha nos Açores

A biotecnologia marinha é uma área considerada relevante para o desenvolvimento da economia azul na Região.

O director regional dos Assuntos do Mar afirmou, em Wilmington, no estado norte-americano da Carolina do Norte, que os Açores "não querem ficar de fora dos desenvolvimentos em biotecnologia azul”.

Filipe Porteiro, que falava à margem da BioMarine Business Convention, destacou a importância da participação dos Açores neste evento, que é “o único fórum internacional dedicado à promoção da biotecnologia marinha, uma área considerada relevante para o desenvolvimento da economia azul na Região”.

O BioMarine reúne pequenas e médias empresas, centros de investigação e inovação, investidores e representantes de vários países, estados e regiões do mundo com o objectivo de promover contactos para alavancar iniciativas empresariais e industriais e oportunidades de negócio em biotecnologia azul.

“A cooperação, tanto ao nível das empresas como das regiões e dos países, é vista como um aspecto fundamental para que que a biotecnologia marinha se afirme como uma nova oportunidade de crescimento económico sustentável, assente em valores ambientais”, frisou o director regional.

Filipe Porteiro salientou que “os produtos naturais extraídos de bactérias e de outros micro-organismos, de micro e macroalgas e de invertebrados marinhos, mas também de subprodutos industriais, têm múltiplas aplicações”, nomeadamente nas indústrias farmacêutica, de cosméticos e alimentar, na produção de biocombustíveis e de bioplásticos e em aquacultura.

“Este é um mundo novo e emergente que está agora a despontar em todos os continentes e regiões e os Açores não querem ficar de fora deste movimento sem retorno”, afirmou, acrescentando que, apesar da biotecnologia marinha ainda estar numa fase embrionária na Região, “o potencial dos Açores em diversas áreas já é reconhecido”.

O director regional sublinhou que o BioMarine é um fórum em que o "contacto directo e intenso” entre os participantes é valorizado e que, nesse sentido, o objectivo da presença no evento foi a divulgação das "potencialidades dos Açores, as vantagens competitivas e as oportunidades existentes” perante empreendedores com eventual interesse em investir em biotecnologia e aquacultura na Região.

Os benefícios fiscais concedidos pelo Governo dos Açores àquele sector, os apoios existentes para a fixação de pequenas e médias empresas, o apoio comunitário à instalação de fábricas e laboratórios empresariais, as vantagens das incubadoras tecnológicas e a facilidade em aceder a laboratórios especializados e a espaços para instalação das empresas, bem como o mapeamento de zonas com potencial para aquacultura no Arquipélago foram algumas das mais-valias da Região apresentadas no BioMarine.

Filipe Porteiro referiu ainda que “o conhecimento existente sobre os recursos marinhos regionais, em especial com relevância em biotecnologia marinha, e as capacidades instaladas da Universidade dos Açores são também activos estruturantes que a Região possui para alicerçar projectos e iniciativas empresariais nesta área”.

“A implementação de capacidades em biotecnologia marinha nos Açores é um processo que exige uma promoção contínua e persistente junto de empreendedores das regiões e dos países mais avançados nesta área de negócios, como a Carolina do Norte, o Québec, a Escócia e a Noruega”, salientou o director regional.


Fonte: Jornal Diário

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