A instalação de um centro de informações na Base das Lajes pode gerar "multiplicadores civis", na opinião de Nuno Rogeiro.
O jornalista Nuno Rogeiro defende a instalação na Base das Lajes de um centro de informações norte-americano, como propõe o congressista Devin Nunes.
Numa conferência de imprensa, em Ponta Delgada, promovida pelo jornal Açoriano Oriental, o jornalista da SIC salientou que o centro de informações poderia "gerar multiplicadores civis".
"Se eu tiver um centro de informações que tem, por exemplo, um departamento de WeatherIntelegence que se especializa nas informações meteorológicas para a aviação e se eu puder ter, negociado com o Governo português, o acesso de profissionais das ilhas a determinados serviços, obviamente que eu crio um novo mercado de trabalho que não era esperado há meses atrás", salientou, nessa conferência.
Questionado por DI sobre a viabilidade da transferência dessa valência para a ilha Terceira, Nuno Rogeiro disse que há um processo que está em curso e que "vai ter de se concluir muito rapidamente". Até outubro, o jornalista estima que se conheça a decisão dos Estados Unidos.
O centro de informações estava previsto inicialmente para a Base de Croughton, na Inglaterra, mas Devin Nunes pediu ao Pentágono que comparasse os custos da sua instalação na Base das Lajes. O congressista colocou em causa a exatidão dos dados apresentados e o assunto está agora a ser analisado pela Comissão dos Serviços Armados do Senado.
Para Nuno Rogeiro, a instalação do centro de informações nas Lajes representaria uma oportunidade de projeção militar e civil. Acima de tudo, seria uma infraestrutura "independente das circunstâncias internacionais", uma vez que teria utilidade por um período muito superior ao que a base tem atualmente.
"É algo a seguir e que pode ter muito interesse não só para as Lajes, mas para Portugal na cena das relações internacionais", frisou, em Ponta Delgada.
O jornalista realçou a importância da localização geográfica dos Açores, alegando que, por exemplo, grandes instituições internacionais poderiam ter uma base permanente no arquipélago, onde também se poderiam realizar grandes conferências internacionais permanentemente.
Segundo Nuno Rogeiro, os Açores poderiam igualmente acolher grandes estruturas internacionais ligadas sobretudo às mudanças de clima, à vigilância dos oceanos e ao combate à poluição do ambiente.
Por outro lado, o Porto da Praia da Vitória poderá ser, na opinião do jornalista, um ponto importante em questões de segurança marítima, como a divergência das rotas de migrações tradicionais ou novos fluxos de contrabando.
"Já vi a Praia da Vitória aparecer nalguns meios e nalgumas discussões sobre não propriamente política bilateral luso-americana de defesa, mas sobre a possibilidade de os Açores a ponta de lança de uma política europeia de segurança e de defesa", frisou.
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