quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Açores preparam caderno de encargos para privatizar conserveira Santa Catarina

O Governo dos Açores está a preparar o caderno de encargos de privatização da fábrica de Santa Catarina, tendo assegurado que os postos de trabalho serão salvaguardados e que já existem interessados. 

“Neste momento está a ser pensado o caderno de encargos” e “já existiu um ou outro interessado na unidade fabril”, disse o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia.

Gui Menezes falava aos jornalistas nas Velas de São Jorge, no âmbito de uma visita do Governo dos Açores à ilha.

O governante explicou também que só com a privatização daquela indústria transformadora de atum será possível recorrer a fundos comunitários que possam ser utilizados na sua modernização.

O secretário regional salvaguardou que a qualidade das conservas Santa Catarina tem vindo a ser reconhecida nos últimos anos, na sequência do esforço dos trabalhadores e da sua administração.

Para Gui Menezes, não faria sentido privatizar a fábrica de Santa Catarina - especialista em conservas de atum - se não fossem salvaguardados os postos de trabalho, razão que levou o Governo dos Açores a intervir no capital social da empresa, a par do aumento da economia de São Jorge.

O Governo Regional socialista interveio no capital social da indústria atuneira por forma a salvaguardar os seus postos de trabalho e assegurar a sua viabilidade financeira, estimando-se a sua dívida bancária em oito milhões de euros.

Sendo a maior entidade empregadora de São Jorge, com 140 funcionários, na sua maioria mulheres, o Conselho de Ilha está contra a sua privatização por temer que o processo tenha consequências económicas e sociais graves para a economia da ilha.

Para o presidente da Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge, António Laureno, é “péssimo a privatização” da fábrica e já fez “saber isso junto do presidente do Governo”, uma vez que teme que se passe com a indústria o mesmo que se passou com a conserveira Cofaco na ilha do Pico, que encerrou.

Para o líder dos pescadores, isso pode ser o “descalabro para o setor das pescas”, além da empresa ser o “maior empregador em São Jorge”.


Fonte: Lusa /AO Online


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