O novo presidente da direção da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), nos Açores, Rodrigo Rodrigues, elegeu como principal desafio no seu primeiro mandato a defesa da melhoria dos transportes e das infraestruturas logísticas.
“O Porto da Praia [da Vitória] como ‘hub’ logístico é o projeto estruturante para a ilha Terceira que mais tem sido discutido, mas pensamos que chegou a hora de haver decisões. Vamos focarmo-nos muito nesse aspeto. Temos também o terminal de cargas do Aeroporto das Lajes, que é um tema que já se arrasta”, adiantou, em declarações à Lusa.
Rodrigo Rodrigues concorreu à liderança da CCAH, que representa os empresários das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, com uma lista única que contou com 40 votos a favor, nove em branco e um nulo.
Sandro Paim, que esteve à frente da direção da associação empresarial durante 13 anos, será agora presidente da assembleia geral.
Desde 2011 que a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo estuda as potencialidades do Porto da Praia da Vitória, na ilha Terceira, como plataforma logística internacional, que permitiria encurtar as distâncias percorridas pelos navios que cruzam o Atlântico, entre a Europa e a América, e garantir a fiabilidade do tempo de trânsito.
O novo dirigente comprometeu-se a defender o projeto, salientando que os estudos “estão numa fase bastante avançada e podem ser aproveitados pelo Governo Regional”.
“O que nós pensamos é que chegou a hora de terminarmos esse debate e de haver uma decisão. Com certeza que é um projeto estruturante que não se faz de um dia para o outro”, reforçou.
Entre os principais desafios das três ilhas representadas pela CCAH, Rodrigo Rodrigues destaca também os transportes de cargas, por via marítima e aérea, e o modelo de transportes marítimos de passageiros, que “ainda não está definido e consolidado”.
O presidente da associação empresarial reivindicou ainda maior “celeridade na aprovação de projetos de investimento que possam reabilitar as cidades e as suas zonas históricas”.
Gerente de um hotel em Angra do Heroísmo, o empresário destacou o potencial do turismo nos Açores, mas defendeu que é preciso ter atenção ao seu crescimento.
“Pensamos que o turismo nos Açores tem as suas características próprias, tem as suas valências e não devem ser descaracterizadas. A consequência pode ser matarmos a galinha dos ovos de ouro”, frisou.
Mais do que criticar o que está mal, o novo presidente da direção da CCAH quer colaborar com o executivo açoriano na procura de soluções.
“Não seremos mais um partido da oposição ao Governo. Também não seremos um departamento do Governo e, portanto, teremos uma posição equilibrada e construtiva no encontrar soluções que desenvolvam a ilha Terceira, que criem postos de trabalho, que criem riqueza e aumentem os impostos por essa via”, salientou.
Natural da ilha de São Miguel, com a qual a Terceira mantém uma rivalidade, Rodrigo Rodrigues garantiu que não sentiu animosidades entre os associados e disse que o bairrismo negativo “deve ser desconsiderado”.
“Eu não vejo problemas, os associados penso que também não viram, porque senão seguramente teria aparecido uma segunda lista que democraticamente concorreria connosco. Acho que as minhas próximas intervenções, se houver dúvidas, vão deixar isso claro”, apontou.
Os novos corpos gerentes da CCAH, que foram eleitos na passada terça-feira, tomam posse a 27 de abril, para um mandato que termina em 2020.
Fonte: Lusa / AO Online
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