quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Empresários da ilha Terceira querem apurar se voos da Delta são contrapartida pela redução militar nas Lajes

A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo quer esclarecimentos do embaixador dos Estados Unidos e do presidente do Governo Regional sobre se os voos da Delta para a Ilha Terceira são contrapartida à redução nas Lajes. 

A associação empresarial adiantou, em comunicado, que vai "questionar qual a responsabilidade da embaixada dos EUA na vinda da companhia Delta Airlines para os Açores [com voos entre Nova Iorque e Ponta Delgada] e se esta vinda faz ou não parte da contrapartida do 'downsizing' das forças norte-americanas na base das Lajes".

A administração norte-americana anunciou, em janeiro de 2015, uma redução de cerca de 500 militares na base das Lajes, localizada na ilha Terceira, o que levou a uma redução da força laboral portuguesa para metade, com 450 trabalhadores a assinarem rescisões por mútuo acordo.

Em setembro de 2017, a Delta Airlines anunciou que vai começar a operar, a partir de 25 de maio, novas rotas para os Estados Unidos, a partir de Lisboa e de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, contando esta última com cinco ligações semanais.

A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), que representa empresários das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, quer agora apurar notícias vindas a público que dão conta de que Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal "teria assumido ter promovido a ligação que vai ser realizada pela Delta Airlines entre a cidade norte-americana de Nova Iorque e Ponta Delgada, como medida de compensação ao 'downsizing' da base das Lajes".

"A CCAH já se reuniu com o município de Angra do Heroísmo e o município da Praia da Vitória, manifestando a sua preocupação com as notícias publicadas. A preocupação foi acompanhada, igualmente, pelos municípios da ilha Terceira, tendo ficado acordado que cada entidade iria desenvolver as ações que entendesse sobre o assunto para o apuramento da verdade das notícias veiculadas", salientou a associação empresarial, em comunicado de imprensa.

Os empresários criticam, no mesmo documento, a postura da SATA Air Açores, companhia aérea açoriana que assegura o transporte interilhas, "em relação ao desenvolvimento do turismo para as ilhas do grupo central".

"É sabido que existe um conjunto de operadores e 'Destination Management Companie' (DMC), responsáveis pela operação da Delta, que querem promover a vinda de turistas desta ligação para as ilhas do grupo central, mas, mais uma vez, a SATA apresenta-se como um constrangimento a este desenvolvimento, não apresentando preços competitivos a estes operadores e DMC", apontam.

As notícias de que os voos da Delta Airlines entre Nova Iorque e Ponta Delgada seriam uma compensação pela redução militar norte-americana na base das Lajes já tinham originado protestos por parte do PSD/Açores, que defendeu que as ligações deveriam ser repartidas entre as ilhas de São Miguel e Terceira.

"Embora a base das Lajes se localize na Terceira, os cinco voos semanais da Delta Airlines vão todos rumar a São Miguel, quando poderiam e deveriam ter sido repartidos", considerou a deputada regional do PSD Mónica Seidi, numa nota de imprensa, em finais de dezembro passado.


Fonte: Lusa / AO Online


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